Cib

Invulnerável ao poder da morte,
não resta nem um sonho?

Como foi possível abandonar tudo
e em si mesmo ficar só?

Men

A ira do Paraíso nos condenados.

Ao Paraíso! Ao Paraíso!

Santíssimos Angélicos!

Panteão prometido - sonhado!

Desejado jardim de frutos transparentes,
mundo psicológico de um outro mundo teológico.

Esse outro mundo, que infantilmente nos prometeu,
é o mundo da vida eterna
onde as cores são muito mais vivas e intensas.

A ira dos condenados no Paraíso

Não a quero eu sentir
a ira de que me curei.

Colérica manifestação da injustiça
que preenche a alma e o coração
dos que cumprem no degredo
a pena imposta, não por divino julgamento
mas pelas leis que regem a justiça do seu tempo.

Não a justiça do Tempo
nem o perdão intolerável
nem tão pouco um pelotão de fuzilamento
nem sequer a privação de sentir ou de sonhar
mas a privação do movimento
será castigo suficiente
para aqueles, que por estranho momento,
perdem o rumo ao Paraíso?

Ben

Invoco a força dos meus antepassados.

A ligação etérea a essa força latente.

A coragem de viver no seu tempo.

A vontade, que me falta,
de fazer acontecer o meu tempo.